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Foto do escritorAndré Luccas

Home office: uma nova tendência no mercado

Por que investir em um escritório em casa?

Conheça neste artigo 5 dicas de como investir em um escritório em casa


Nos últimos anos, o conceito do home office tem sido ainda mais discutido no meio empresarial, principalmente em função do avanço das TIC’s (tecnologias de informação e comunicação), que possibilitaram a interconectividade das pessoas por meio remoto. Segundo as duas últimas pesquisas realizadas pela consultoria SAP com apoio da SOBREMATT (Sociedade Brasileira de Teletrabalho e Tele atividades), de 2016 para 2018 pôde-se perceber um aumento de 22% das empresas que adotaram a prática do teletrabalho.

Embora algumas empresas já adotem esse tipo de sistema, a ideia do home office é vista com preconceito por alguns gestores. No entanto, o contexto da pandemia do Covid – 19 forçou muitas empresas e profissionais autônomos a iniciarem uma rotina de home office e trabalhar em casa, como forma sustentável de continuarem as operações neste período de confinamento.

Em entrevista ao jornal Estado de São Paulo, o executivo Leonardo Vianna, presidente da CCR afirma: “agora vemos que muita coisa pode ser resolvida em reuniões virtuais”. Seu ponto de vista sobre o assunto foi de sempre ter um pé atrás com o home office, mas o isolamento forçado o tem feito mudar de ideia. Diz o executivo que as reuniões por videoconferência têm dado muito certo e isso gerará novas reflexões sobre a forma de trabalhar daqui para frente. Ao final, lembrou Vianna que as empresas vão ganhar mais agilidade, economia e produtividade. Outro empresário entrevistado pelo jornal foi o presidente do Nubank, David Velez. Segundo ele, no período pós pandemia, o home office deve crescer consideravelmente. Uma das razões seria porque essa forma de trabalho possibilita o acesso a talentos de uma maneira mais global. Outra, é que uma sociedade mais digital é mais produtiva, uma vez que exige uma estrutura de custos mais baixa e torna a vida de clientes e empresas mais econômica e prática.

Mas o que vem a ser o home office e por que uma nova tendência?

Considera-se teletrabalho, segundo a lei 13.467, a prestação de serviços preponderantemente fora das dependências do empregador, com a utilização de tecnologias de informação e de comunicação que, por sua natureza, não se constituam como trabalho externo. Já conforme Mendonça (2010), o home office é o local, ambiente ou posto de trabalho inserido no ambiente doméstico onde são desenvolvidas atividades de escritório, que se utilizam de equipamentos e tecnologias de informação e comunicação. Assim, o home office seria uma das formas de se fazer teletrabalho, mas a partir de uma residência.

A ascensão do home office muito se deve em função das tecnologias. Segundo Mendonça (2010), um dos usos mais comuns das TIC’s aplicado ao home office é para comunicação, chegando a 98% dos usuários.

O avanço nas tecnologias de videoconferência tem sido um fator muito positivo para o home office. O fato de se conseguir mais reuniões em um mesmo dia e sem perder tempo com deslocamentos tem chamado a atenção de vários executivos nesta pandemia do Covid-19, que, como citado na reportagem do jornal Estado São Paulo, já faz alguns verem o home office como um caminho sem volta.

Além disso, outro fator positivo de se ter um escritório em casa e ter a oportunidade de utilizá-lo algumas vezes na semana é o fato de participar mais vezes das reuniões em família, principalmente durante as refeições. Para muitos profissionais, principalmente aqueles que desenvolvem trabalhos de coordenação, é difícil estar afastado das equipes, onde a integração pessoal é muito importante. Mas os executivos entenderam esse fator familiar como relevante, já que sua rotina exigente não permite tanto contato familiar durante a semana.

Considerando o ramo de atividade profissional, Mendonça (2010) afirma que as atividades que mais usam o home office são: comércio, educação/docência, arquitetura e, por último, administração e engenharia empatados, com 13,14%, 7,43%, 6,29%, 4,57% e 4,57%, respectivamente.

Avaliando estes pontos positivos e esta nova realidade do home office, faz-nos pensar sobre uma tendência nos projetos de arquitetura e engenharia: ter um escritório em casa ou um local como uma biblioteca pessoal, onde se possa ter condições de um recolhimento maior e poder se concentrar para realizar um trabalho intelectual.

Analisando todos os apontamentos acima citados sobre os benefícios desta nova realidade do home office, pensemos também sobre o impacto desta tendência na área de arquitetura e engenharia; isto é, adotar o sistema home office neste ramo permitirá ao profissional adaptar um local da sua residência para poder trabalhar, onde se tenha condições de ter um ambiente dedicado ao seu serviço, com condições de um maior recolhimento e concentração para desempenhar suas tarefas.


Projeto de Home Office (imagem: própria)


Mas por que investir em um escritório em casa?

Conforme Mendonça (2010), em pesquisa realizada sobre a inclusão dos “home offices” no setor residencial, dos casos analisados a população investigada era em sua maioria de alta escolaridade, com 93% dos habitantes tendo pelo menos 8 anos de estudo. No entanto, apesar de serem pessoas mais instruídas pôde-se perceber nos ambientes de home office várias irregularidades do ponto de vista de ergonomia e conforto. Nesse sentido, é preciso contar com a orientação de um profissional especializado para se implantar um escritório em casa da maneira correta.)

Sergio Athie, empresário e referência nacional no mercado de arquitetura para escritórios, diz em entrevista a ABRAFACS (Associação Brasileira de Facilities), que o trabalho remoto é um caminho sem volta, mas fazer home office não se trata apenas de enviar os colaboradores para casa com um laptop.

Assim, muito importante para montar um escritório em casa é saber onde e como investir. E a primeira dica consiste em contratar um profissional de arquitetura ou design de interiores. Este profissional orientará o cliente em diversos aspectos sobre como adaptar um espaço existente, e que ao final disponha das condições ergonômicas necessárias para ser produtivo e atraente.


Abaixo apontamos algumas dicas de como este profissional vai poder orientá-lo:


1) DEFINIÇÃO DO LOCAL DO AMBIENTE:

É de grande importância escolher um ambiente da casa ou desenvolver algum local onde se possa ficar mais isolado, permitindo um trabalho mais concentrado e produtivo;

Segundo Mendonça (2010), na implantação de um ambiente de home office, o local comumente mais utilizado é o quarto, em 80% dos casos. No entanto, ao se escolher um dormitório, é preciso cuidar para não perder a privacidade desse ambiente e cuidar como organizá-lo.

2) INSTALAÇÕES ELÉTRICAS E DADOS

Fazer as adaptações necessárias para dispor de uma rede elétrica e de dados que permita a instalação de uma internet de maior velocidade e a instalação de equipamentos que se vá precisar;

3) CLIMATIZAÇÃO E VENTILAÇÃO

Escolher e instalar uma climatização adequada com aparelhos de ar condicionado silenciosos, econômicos e suficientes para aquele ambiente;

4) ILUMINAÇÃO

Projetar uma iluminação própria ao tipo de trabalho que se vá desenvolver. Existem determinadas tipologias de iluminação específicas para o uso que se pretende. Por exemplo, normalmente a luz branca (fria) permite uma maior iluminação para ambientes de trabalho, onde se pretender ler e estudar.

Segundo Mendonça (2010), em 70% dos casos analisados não houve conformidade neste quesito de iluminação, sendo um aspecto técnico importante para se recorrer a ajuda de um profissional de arquitetura.

5) MARCENARIA E MOBILIÁRIO

Projetar um mobiliário adequado com condições ergonômicas favoráveis, evitando malefícios para a saúde. Conforme Mendonça (2010), em 41% dos casos analisados na sua pesquisa usou-se mesas com altura fora do conforme. Assim, é importante uma adequação dos produtos e equipamentos aos usuários.


Projeto de Home Office (imagem: própria)


Planejar e decorar ambientes de trabalho é fundamental, pois, além de valorizar o espaço, permitindo mais motivação, criatividade e concentração ao usuário, também promove bem-estar e conforto, contribuindo muito para que o trabalho ali desenvolvido seja mais produtivo e, consequentemente, agregue mais valor.

Por fim, o trabalho remoto, o home office e o escritório em casa convergem para uma realidade ainda mais usual no mundo empresarial. Utilizar dessas alternativas e fazê-las render muito bem exigirá uma preparação e investimentos necessários. Bastou esse contexto forçado da pandemia para mostrar apenas alguns dos benefícios tangíveis e intangíveis que todos que lançarem mão desta realidade vão ganhar.

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